
foi assim que o chamou, aquele homem, com menos de 29 anos, e pouco mais de 22, altamente embriagado, naquela noite de segunda-feira, um violão tatuado. na verdade, quis nesse a diferença de todos os outros violões com as mesmas pinturas ou as mesmas cores, posso ter estragado a sua face com desenhos e pinturas sem sentindo, ou talvez não, talvez as pinturas, as tatuagens, tenham mais sentido do que eu mesmo penso, e como toda tatuagem fica impregnado na pele até que o diferente aconteça, e que assim seja. mas assim foi, como ele o rotulou, um violão tatuado, que fica ali encostado muitas vezes em qualquer das paredes da casa, ou ali no pedestal atrás da porta do quarto verde e rosa da irmã mais velha, e sei que nas noites de solidão e silêncio, dele é o som que escolho a dedo, para ouvir na hora da nostalgia, do desapego. não é nenhuma harpa com som dos céus, mas é o som propicio pra uma pessoa totalmente incapaz de aspirar coisas melhores pra suas noites vazias.